Entrevista com Diogo de Souza

Entrevista com Diego de Souza


Gente, consegui mais uma entrevista para o blog, e dessa vez foi com o Diego de Souza, autor de “Fuga do Rigel”, na qual fiz até parceria







Primeiramente muito obrigado por aceitar fazer a entrevista:                               








De nada, o prazer é meu.

Quem é Diogo de Souza?

Um arqueólogo das emoções humanas, um adorador do entretenimento, cinéfilo incorrigível e leitor constante. Um pesquisador incansável de sí mesmo.

Você sempre quis ser um escritor?

Eu sempre quis ser um contador de histórias. A forma para isso nem sempre foi um livro, mas a literatura também é uma paixão antiga. Já escrevi e dirigi peças de teatro, sou jogador assíduo de RPG, já participei de um curta-metragem, mas creio que com o livro a liberdade de expressão é realmente máxima. Para um livro acontecer, basta a imaginação: não há problemas com orçamento, efeitos especiais, pagamento de atores, política com produtores, etc. Um livro é sempre uma experiência pessoal, tanto para quem escreve, quanto para quem lê, e com isso, acho que é um meio de expressão bastante rico, porque sempre traz algo de genuíno ao leitor – quer ele goste da obra ou não.

Desde quando você escreve?

Meu primeiro livro eu escrevi aos dezoito anos. É muito ruim, não daria nem para minha mãe ler. Por um tempo, escrevi peças e adaptações de teatro. Ainda o faço de vez em quando. O primeiro livro que eu quis escrever para publicar foi “Fuga de Rigel”, e esse foi um processo que começou em meados de 2005.

Quanto tempo leva em media para escrever um livro?

Varia muito de livro para livro. O “Fuga” eu escrevi em 5 meses, com dedicação intensa. Meu segundo livro, “Abascanto – A sombra dos caídos”, eu demorei oito meses para escrever. Meu terceiro está levando mais de um ano. Depende muito do tamanho e do detalhismo da trama que eu estabeleço, e também quanto tempo eu separo para isso por semana. As vezes a minha rotina permite um trabalho mais intenso.

Você tem alguma inspiração para seus livros?

Várias. Eu sou um grande aficcionado de séries de TV (especialmente as de ficção científica), e filmes de ação, e essas influências certamente são perceptíveis em meu texto. Também gosto muito de jogos de RPG, e uso muito dos elementos comuns desta forma de entretenimento em minhas histórias. A inspiração, mesmo, eu creio que vêm dos momentos de silêncio, e quando eu vou começar uma nova história, ou escrever um capítulo especialmente complicado, sempre procuro uma postura mental passiva – deixar as idéias virem.

Você tem outra ocupação além de escrever?

Sim, eu trabalho como gerente de projetos em TI, e também sou diretor e ator de teatro. Equilibrar uma ocupação inteiramente técnica com a criatividade borbulhante do teatro, e com o trabalho solitário da escrita, é uma delícia. Em dias que eu faço um pouco das três coisas, dá até para sentir o cérebro se encaixando no modo técnico, depois no modo teatral, e depois no modo literário. Eu acredito que nós podemos aprender a gostar de qualquer ocupação que seja realmente útil, é só encontrarmos a virtude que cada uma carrega, e como nós contribuímos com ela.

Esta escrevendo algo, no momento ou tem planos para o futuro?

Sim, estou terminando meu terceiro livro, intitulado “Nêmesis – O retorno de Astarot”. Depois vêm a fase das releituras e revisões do texto, e depois o envio para as editoras. Quando completar o ciclo do “Nêmesis”, tenho várias idéias engavetadas que posso usar para continuar a escrever. Uma é escrever uma história de fantasia medieval, um tema que eu sempre adorei ler, ou talvez eu retorne à Fundação Cosmos, o cenário de meu primeiro livro, e continue a contar a história de Rigel e seus amigos.

O que devemos esperar de seus livros? Você classificaria alguma idade apropriada para a idade dos leitores deles?

Meus livros são, e creio que serão por um bom tempo, livros de ação e aventura com uma forte queda no sobrenatural. O que eu gosto de ler e escrever são histórias que nos permitam pensar no mundo de uma forma mais ampla, mais mágica. Um livro que te deixe com a sensação de vastidão. Minha linguagem é simples e sem rodeios, e acho que se enquadra no público jovem adulto: dos 15 aos 30 anos. Não existe uma classificação etária para esse pessoal: os livros geralmente passam de “infanto juvenis” (que são uma literatura associada a crianças), ou adultos (que são uma literatura associada a pessoas pra lá dos 30). Então creio que minhas obras existem em um limbo de leitores que só recentemente está começando a receber atenção das editoras – Obrigado, J. K. Rowling.

Você encontrou alguma dificuldade para publicar seus livros?

“Alguma” é um senhor eufemismo. As editoras, em geral, são instituições com fins lucrativos, e a triste verdade é que investir em um autor novo não é lucrativo: é uma aposta de altíssimo risco. Assim, somente autores consagrados recebem destaque e ganham espaço no mercado publicitário brasileiro. Um autor novo têm de batalhar, e muito, para poder ser lido. Vide o caso do André Vianco, hoje o autor brasileiro de ficção mais estabelecido, mas teve que bancar do próprio bolso a sua primeira edição, e foi bater de porta em porta nas livrarias. Ou o caso do Eduardo Spohr, um autor recente de ficção especulativa e que recebeu grande destaque depois que sua obra foi publicada pela Record, mas antes disso, batalhou por vários anos para divulgar seu livro.

Alguma dica para quem também quer ser escritor?

Leia muito, escreva mais, acredite, seja. Não espere nada, sinta tudo. Veja sempre o fim da jornada e dê um passo de cada vez. Ao dar um livro por terminado, desprenda-se dele e começe outro. Uma verdade sobre a vida de escritor é: você será criticado. Espere as críticas, construtivas e destrutivas. Se seu livro for lido, você certamente será alvo de admiração e inveja, portanto, saiba navegar nas próprias emoções. Concentre-se na emoção primeira, no sentimento que levou à escrita em primeiro lugar, e aceite todo o resto como uma decorrência natural. O prazer e a dor vem e vão, mas a serenidade é que vai mantê-lo firme no caminho. Assim, é preciso escrever com serenidade.

Um lugar: Egito.
Um autor: George R. R. Martin.
Um filme: Amnésia
Um livro: A Game Of Thrones (Um jogo de Tronos)
Um musica: “Until the Last Moment”, Yanni.
Uma frase: “O Tao que pode ser compreendido, não é o Tao Eterno”.
Uma pessoa: Lao Tse.







Gente eu adorei a entrevista, espero que vocês também tenham gostado.

Beijos
          Camila Soares

Um comentário:

  1. Gosto das entrevistas,pois assim conhecemos um pouco mais de cada autor,parabéns.

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